
Essa semana eu estou sem tempo pra quase nada, mas tive que vir aqui compartilhar com vocês minha indignação. Estou estudando pra concurso e principalmente um aspecto chamado: POLÍTICA EDUCACIONAL me chamou atenção. Li hoje um capítulo de um livro que
fala sobre as reformas de ensino desde os anos 30, isso no ambito público. Tudo começou quando o governo de Vargas criou o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, no qual a Únião tinha o 'poder para exercer sua tutela sobre os vários domínios do ensino no país'.
Até aí tudo bem, a idéia de uma educação adequada à modernização era bem vista aos olhos do momento histórico pós-revolução de 1930. Sendo que, esbarraram de frente na mobilização da Igreja que tentavam a todo custo 'reencontrar a alma nacional perdida com a Constituição de 1891' em que a Educação era laica. Dessa diversificação, surgiram as escolas privadas, mas ainda com forte influência no governo a religião católica conseguiu sua infiltração na educação pública.
Nessa passagem fica claro que desde o princípio das propostas educacionais, os interesses governamentais se mostram acima dos interesses de desenvolvimento do país.
A partir do momento, por volta dos anos 60, em que os governantes viram que cresciam críticos, intelectuais, pessoas esclarecidas que confrontavam com seus interesses, foram criados leis em que o Estado estabelecia diretrizes para a Educação, ainda submissa à rede privada (pela ajuda financeira) e à Igreja (pela mobilização social e influência nos valores morais e na consciência).
Aumentou-se a organização dos sindicatos, ligas, a UNE, as mobilizações populares que repercutiu diretamente na cultura e educação no país.
A preocupação com o povo, a maioria analfabeto, fez com que programas de alfabetização eficientes e politizados fossem bandeiras dessa galera nova. Aconteceu que na época como dizia um dos autores do texto o Brasil estava 'irreconhecivelmente inteligente'.
Aí que vem a minha indignação. O que aconteceu depois disso ?! O golpe militar.
Esqueçam o texto, esqueçam tudo. E prestem atenção nessa simples frase: COMO PODE UM PAÍS OPTAR PELO EMBURRECIMENTO DA POPULAÇÃO E AO MESMO TEMPO PENSAR EM CRESCIMENTO ECONÔMICO?
Durante o regime militar, o planejamento educacional foi feito por um economista, ou seja, a verba destinada era de 1%.
Vou deixar de consultar o texto e refletir agora sobre isso...
Ora, se estamos hoje no grau de dependência de projetos sociais do governo, isso nada mais é do que uma 'volta' mesmo que não totalitária aos tempos do golpe militar. Só que nossa ditadura é mascarada por uma democracia irreal...
É muito fácil hoje, conseguir dinheiro pelo chamado 'jeitinho brasileiro'. Mas o jeitinho brasileiro de conseguir as coisas é que está errado...
Tudo dá um jeito, desvia um pouquinho daqui, um pouquinho dali... dá 50 reais para votar no político que te dará uma casinha popular e se vira depois pra pagar a conta de luz.
Sabe como que a gente chegou nisso, lembra quando a gente tinha que decorar os verbos? É isso... faziam a gente decorar que estamos num país sub-desenvolvido, fizeram a gente decorar que o país é assim e não tem jeito. E no final, decoramos que 'o melhor do Brasil é o brasileiro' engolindo o pão que o diabo amassa todos os dias por causa de interesse político.
É preciso muito mais que uma reforma na educação, no código penal, no país...
Queremos um pouco mais... só por um pouquinho mais de inteligência.
-> Pra quem quiser ler --> Livro: Política Educacional de Eneida Oto Shiroma - DP e A Editora, Rio de Janeiro, 2003. (Capítulo 1: Reformas de ensino, modernização administrada)