quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pela janela



Ela levantou da cama da maneira que estava, abriu a janela de frente para o mar e acendeu um cigarro.
Ele ficou na cama, olhando-a como um artista que olha sua obra prima.
Ela pensando que poderia fazer isso pelo menos uma vez por semana, ele desejando uma vez ao dia.
Ela olhou para o mar e ele para os seus cabelos.
Por um instante tudo parou...
Ela pensou que poderia viver com ele para sempre, ele não tinha tanta certeza...
Ela foi ao frigobar e abriu um prosecco. Ele foi pra janela fumar um cigarro e olhar o mar.
Ele se perguntou se ela seria a mulher da sua vida.
Ela, quando eles se veriam novamente.
Ele olhava as ondas e ela as costas dele.
Ele voltou, bebeu na mesma taça que ela, lançou-lhe um olhar.
Ela retribuiu o olhar, deu um beijo nele.
Eles viraram pro lado e dormiram.

* Conto escrito por mim (Dezembro de 2009)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Os deputados racham minha cara...


Está pra ser votado na câmara, um aumento de salário pra servidores públicos de 15% para concursados e 33% para indicados políticos...

Se seu filho perguntar se é mais importante estudar ou ser amigo de político, não deixe nunca ele ver noticiário no horário nobre.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Hexagerado, jogado aos seus pés....


Estou tentando desde segunda feira escrever sobre o dia 06.12.2009. Mas precisei me acalmar lendo outros posts, outras histórias de quem presenciou o que eu presenciei nesse dia mais que iluminado.
No sábado cheguei no Rio e fui direto pro fumageiros (que é a sede da torcida) ver se ainda tiha alguma coisa pra fazer... Revi os amigos e fui beber uma cerveja. Quando voltei estava uma fila de pessoas que ia subindo pela escada todas passando de mão em mão saquinhos de bandeirinhas que fariam parte da festa no domingo.
Cheguei em casa e como sabia que não conseguiria dormir... fui pro show de um amigo meu na Lapa. Felizes e contentes os meninos tocaram o último bloco vestindo o manto. Eles nunca estiveram tão bonitos. Hehehehe
Chego em casa as 4 da manhã e durmo até as 5 e meia. Banho, manto sagrado específico das decisões na mochila, blusa da Urubuzada no corpo e partiu pra sede.
Chegando lá umas 6:30, cerca de 20 pessoas passando as bandeirinhas, pepel picado, papel higiÊnico, tudo que poderia fazer a festa, de mão em mão pra por no caminhão e o Caco Barcelos do Profissão Repórter ali com a gente, vivendo um dia de mulambada.
Fomos pro Maraca (detalhe: ninguém comeu). A Thamini tinha um biscoito ali que foi dividido com torcedores, a galera do Lance enfim, todo mundo que tinha se esquecido de comer, porque a essa altura ninguém sentia fome, sono, frio... ia chegar a Páscoa mas não dava 17hs.
Entramos no Maraca depois de algumas burocracias e passamos a distribuir as bandeirinhas pelas cadeiras azuis, era cadeira que não acabava mais, o sol abriu, haja protetor solar, e sobre os gritos de 'Manda mais bandeirinha preta que acabou aqui' e 'Vamo lá galera, faltam 3 blocos de cadeiras'... a água em um galão de 10 litros era passado de mão em mão porque não tinha copo. Éramos 150 pessoas preparando a festa, representando uma nação que dali a algumas horas estaria mais feliz que pinto no lixo.
Tivemos que sair do Maraca, resolvi voltar pra sede pra tomar uma cerveja que ninguém é de ferro, conversei com os amigos, pra tentar relaxar... mas tudo que eu pensava era ir logo pro Maior do Mundo ver o Maior do mundo jogando!
O relógio marcava 13:30 quando pegamos uma van e fomos pro Maraca. Filas gigantes, desorganização total... a fila no Beline tava depois do maracanazinho e em fila dupla, tivemos a idéia de ir pela rampa da UERJ. Choque de ordem é o caralho! Cerveja em volta do Maraca à balde (ainda bem, o calor tava demais). Éramos 8 meninas.
Chegamos lá do outro lado e uma embolação... ia começar o jogo e a gente na fila, resultado: vamos furar. Cara, péssima idéia. Cara imprensada na grade, a essa altura já nos dividimos em duplas, passei pela barreira policial, as catracas pararam de funcionar, o Gepe tentando segurar a multidão... não precisei de ingresso (embora tivesse com o meu) passei por debaixo da roleta e rampa acima, lá fomos nós. Chegando no anel uma fumaça de spray de pimenta, entramos no banheiro, coloquei o manto da sorte, molhamos a camisa pra passar pela nuvem... e Dá-lhe Mengoooooooo!
Acabou o perrengue... agora eram os 90 minutos mais longos das nossas vidas. Desci pra faixa (lugar de sorte, manto da sorte... tudo daria certo).
Começa o jogo, não senti mas meus pés, minha cabeça latejava, pressão baixa... gol do Grêmio. Puta que pariu, agora fudeu! Maraca calado, ninguém tinha força de gritar nada... Gol do Inter, gol dos bambis, o Mengão em 3º (pra ajudar mais ainda, no telão mostrava os resultados dos outros jogos e a classificação). Estavamos em terceiro, caralhoooo, pra cima deles Mengooooooooo.
David salvador empatou, agora vai, agora vai... não foi.
Segundo tempo... e o Gol não saia. Ia Deus e o mundo pra área e nada... e reza daqui, beija santo dali, faz promessa, dá as mãos, morde o boné, chuta cadeira... e Gol do Angelim. Acabou o Mundo, o Maraca tremia mais que o Japão no terremoto. Ajoelhei no chão e chorei. Era o fim de 17 anos de espera. Não sei quanto tempo eu fiquei ali no chão chorando... perdi as forças... não importava mais nada. E o jogo não terminava... ansiedade. Apitaaaaa careca... apita logo essa porra!
E quando finalmente os 100.000 torcedores lá dentro e os outros milhares no mundo inteiro viram o árbitro apontando para o meio de campo...
O grito de HEXACAMPEÃO ecoou nos 4 cantos do mundo.
E eu?! Fiquei ali quietinha na faixa, chorando. Tentando entender o que estava se passando comigo. Tentando realizar o que eu estava vendo... Pessoas chorando, se abraçando. É uma felicidade que não dá pra explicar. É como se nada de ruim existisse no mundo. Você só consegue sorrir.

Parabéns a todos que de alguma forma participaram disso. Parabéns a nós! E ainda querem que sejamos humildes! Mas torcer pro Maior do mundo é isso. É ter alegrias, tristezas, mas acima de tudo, saber que a vitória se conquista quando todos lutam juntos.

Ainda bem que eu sou Flamengo!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O primeiro mês pós-vício!


Confesso: eu roía unha. Sei que muita gente vai falar 'Ah, que bobeita, tanta gente rói'. Mas o caso não é esse, levei uns 17 anos para conseguir fazer isso e estou a um mês sem fazê-lo. Clap, clap, clap. Isso tá parecendo uma reunião de Roedoras de Unha Anônimas. A grande dificuldade é controlar a raiva quando você se machuca com a própria unha. Isso sem contar que minha letra não é mais a mesma, não consigo tocar violão, a digitação fica mais lenta, pra coçar o ouvido é uma coisa triste e pra pegar um objeto no chão então é um 'Deus nos acuda', a unha bate no chão e incrível... dói. Eu não sabia que unha doía até deixar a minha crescer e eu descobrir que ela não é inquebrável. Claro que tem suas vantagens... é sempre bom olhá-las arrumadinhas, poder pintar de vermelho sem ficar rídiculo porque ao invés de um cotoco de unha com um borrão, vocÊ agora tem pelo menos 1,3 cm! Fora conseguir pegar um cartão de primeira quando cai no chão, tirar gelo da forminha sem derrubar tudo na pia, desatar um nó de sacola de hortifruti e outras coisas que não podem ser ditas assim, mas perguntem aos homens porque eles gostam de unhas grandes (risos).
Só que tudo isso vem acompanhado de um sintoma: A PARANÓIA. Sim, a famosa nóia de não fazer coisas que antes eram comuns pelo fato de quebrá-las, não deixar sem esmalte pra não cair em tentação...
Enfim, agora eu grito Amém e corro pro abraço... é só domingo eu me controlar pra não ter que pagar penitência.
Por hoje não vou mais roer!